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Portela 1970: Lendas e Mistérios da Amazônia

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ano de 1970 foi inesquecível para os portelenses. Sem vencer desde 1966, a entrada da Portela, 10ª e última escola a desfilar, era aguardada com muita expectativa pelo público que lotava as arquibancadas montadas na Av. Presidente Vargas.

Ao som do recém-lançado "Foi um rio que passou em minha vida", de Paulinho da Viola, a Portela se aquecia e empolgava sua enorme torcida. O grito de "já ganhou" podia ser ouvido antes mesmo do início do desfile, arrancando lágrimas e criando a atmosfera mágica que só os desfiles históricos alcançam.

A Águia, envolvida nesse clima encantado, entra na passarela iluminada pelo brilho da manhã, luminosidade que realça as fantasias mais ricas e caras daquele ano. Os quase 3.000 componentes, divididos em 55 alas, são recebidos com extrema empolgação pelo público, que pela primeira vez assistia o índio ser homenageado em um desfile. A escola apresentava a Amazônia, seu povo, suas lendas, seu folclore, seu "rio-mar".

Demonstrava em seu carnaval a bravura das famosas mulheres guerreiras, representada por uma das mais belas alegorias. Alegorias que foram um dos pontos altos da apresentação, mostrando desde a religiosidade indígena, através de Tupã, até a lenda do Saci-Pererê, imortalizada nos escritos de Monteiro Lobato.

O sol fazia par com a lua, interpretados respectivamente pelos destaques Marcos Batalha e Vilma Nascimento, que desde o ano anterior não desfilava como porta-bandeira. Clóvis Bornay, autor do enredo, vestia uma riquíssima fantasia de diamante azul, e compartilhava com Odila de Assis a condição de primeiros destaques. Sandra Regina "Flores da Amazônia", Arildo Fonseca "Pajé" e Silvia Silva "Iracema" foram outros importantes personagens da escola, que teve seu desfile sustentado por 200 ritmistas vestidos de índios.

Após 73 emocionantes minutos, dois a menos que o tempo máximo permitido, a confiança na vitória estava na cabeça e no coração de cada portelense. Natal, o eterno guerreiro portelense, assiste à apuração, de acordo com as orientações médicas, em sua casa para evitar emoções, o que, para quem conhecia Natal, era simplesmente impossível.

No fim, o esperado: Portela campeã! E o carnaval recomeçou ainda na porta do auditório da PM, e se estendeu, evidentemente, a Oswaldo Cruz e Madureira.

A comissão julgadora conferiu as seguintes notas para a Portela:
Bateria: 10 (nota máxima)
Melodia e harmonia: 9
Mestre-sala e Porta-bandeira: 10 (nota máxima)
Letra de samba: 7
Comissão de frente: 8 (nota máxima)
Evolução: 8 (nota máxima)
Conjunto: 8 (nota máxima)
Enredo: 8 (nota máxima)
Alegorias: 5 (nota máxima)
Desfile: 5 (nota máxima)

Que, somando aos 10 pontos de bonificação obtidos com o quesito cronometragem, resultaram num total de 88 pontos.

Na "terra da Portela", enquanto a bateria permanecia na quadra, um bloco corria as ruas dos bairros. Muitos estavam vestindo as fantasias usadas no desfile, e disputavam os 4.000 litros de chope distribuídos à comunidade. "Foi um rio que passou em minha vida", assim como no "esquenta", foi o samba mais executado, entrando definitivamente para a história da Portela.

Natal, na quadra, passa mal e precisa ser socorrido. Já recuperado, o líder máximo portelense destacou a importância que a vitória teve para Madureira, comentando o fato de a Portela ter alcançado seu 19º campeonato, o que representava mais do que todas as outras agremiações juntas.

A festa em Oswaldo Cruz e Madureira custou a acabar, e logo recomeçou no dia seguinte, na sede do Botafogo, local que a Portela escolhera para levar seus ensaios até a zona sul.

Ficha técnica 
Resultado: Campeã do Grupo 1, com 88 pontos
Data, Local e Ordem de Desfile: 10ª Escola de 08/02/70, Domingo, Avenida Presidente Vargas
Carnavalesco(s): Clóvis Bornay e Arnaldo Pederneiras
Presidente: Armando Passos e/ou Caetano Piloto
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Irene e Zequinha
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Eny e Maurício
Bateria: 200 Componentes sob o comando de Mestre Betinho
Contigente: 3000 Componentes em 55 Alas

Samba-enredo 
"Lendas e mistérios da Amazônia"
Autores: Catoni, Jabolô e Valtenir

Nesta avenida colorida
A Portela faz seu carnaval
Lendas e mistérios da Amazônia
Cantamos neste samba original
Dizem que os astros se amaram
E não puderam se casar

A lua apaixonada chorou tanto
Que do seu pranto nasceu o rio e o mar

E dizem mais
Jaçanã, bela como uma flor
Certa manhã viu ser proibido o seu amor
Pois o valente guerreiro
Por ela se apaixonou
Foi sacrificada pela ira do Pajé
E na vitória-régia
Ela se transformou
Quando chegava a primavera
A estação das flores
Havia uma festa de amores
Era tradição das amazonas
Mulheres guerreiras
Aquele ambiente de alegria
Terminava ao raiar do dia

Ô skindô lalá,
Ô skindô lelê,
Olha só quem vem lá
É o saci pererê

(Copyright © - Todos os direitos reservados - É proibida a reprodução total ou parcial) 
 

 



 

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